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Neonatologia (Parte 1) - Degustação

Crânio

O exame do crânio envolve a avaliação do formato e do perímetro cefálico, variando entre 33 e 38 cm. Anomalias como fontanelas grandes, bossa serossanguínea, céfalo-hematoma e craniossinostose são observadas. As fontanelas anterior e posterior são examinadas, sendo seu tamanho e fechamento indicativos de patologias específicas.

Tipicamente, o crânio do paciente RN é arredondado ou modelado (alterações autolimitadas que ocorrem durante partos de apresentação cefálica).

O perímetro cefálico varia entre 33 e 38 cm. Valores aumentados ou diminuídos podem apontar patologias como microcefalia.

É importante realizar exames cuidadosos das suturas (junções fibrosas entre os ossos do crânio) e das fontanelas (espaços fibroelásticos planos que representam a convergência das suturas).

Fontanela anterior (bregmática): apresenta diâmetro de 1 a 3 cm e se fecha entre 4 meses e dois anos.

Fontanela posterior (lambdoidea): apresenta diâmetro de 0,5 a 0,7 cm e se fecha até os 2 meses de vida.

Figura: Ilustração das fontanelas do RN

Figura: Ilustração das fontanelas do RN 

Fontanelas grandes (principalmente a anterior) podem estar associadas a doenças como acondroplasia, hipotireoidismo congênito, rubéola congênita, hidrocefalia, etc.

Abaulamento pode indicar:

  • Bossa serossanguínea (caput succedaneum): geralmente causada por trauma do parto (apresentação cefálica) e desaparece em alguns dias. Edema mole e equimótico do tecido subcutâneo subgaleal que não respeita linhas de sutura. Pode vir acompanhada de discromia da pele que a recobre. É um fator de risco para icterícia.

  • Céfalo-hematoma: abaulamento associado a hemorragia subperióstea por trauma do parto (apresentação cefálica). Respeita linhas de sutura.

  • Craniossinostose: fechamento prematuro de uma ou mais suturas cranianas, comprometendo o crescimento cefálico. Mais comum na sutura sagital, o crânio só cresce na direção longitudinal, resultando em dolicocefalia ou escafocefalia (crânio mais alongado).

  • Craniotabes: área amolecida e deprimida no osso parietal, próxima à sutura sagital. Ocorre devido à compressão pontual do crânio pelo osso pélvico da mãe na cavidade uterina. A palpação dessa alteração assemelha-se à palpação de uma bolinha de pingue-pongue. Costuma desaparecer nos primeiros meses de vida, devendo ser investigado caso persista, pois pode estar associado a condições patológicas como sífilis congênita ou hidrocefalia.

Figura: Bossa Serossanguínea em RN